Sem resposta?

"Tens de ter sempre resposta para tudo, não é?"
Cresci a ouvir isto. Há anos e anos que ouço da família, dos colegas, dos amigos, dos namorados. Pois tenho, tenho de ter sempre resposta, e muitas vezes preferia nem ter, apesar de não acreditarem nisso porque, querendo ou não querendo, ela lá sai na mesma. Acontece que estou nessa encruzilhada: se antigamente o dilema (a haver dilema) era entre a resposta simpática e a verdadeira, agora é entre dar resposta ou não dar. Conseguirei contrariar a minha própria natureza? É que desta vez eu sei que, mais dia menos dia, vão parar com as suposições e pedir-me uma resposta concreta, a verdadeira, claro, mas o assunto é delicado e não sei MESMO o que fazer porque a resposta verdadeira não vai ser nada fácil de ouvir. Acho que não quero dá-la, isso implicaria um duro confronto com a realidade, com a própria pessoa, com os seus defeitos, com o "espelho da alma", eu sei lá que mais... e o timming não é o adequado. Se o pior cego é aquele que não quer ver, também muitas vezes não se morre da doença e sim da cura.
Uma coisa é certa, foi preciso chegar quase aos 28 anos para aprender a ficar calada. E tenho ficado.