segunda-feira, agosto 30

Tipicamente português?

Aqueles dois barcos da Marinha portuguesa, aliás, quais barcos qual quê, NAVIOS DE GUERRA, que estão a vigiar a embarcação holandesa não têm mais nada que fazer? As senhoras são algumas criminosas que vêm aqui desencadear algum plano terrorista? (É o que eu digo, é agora que vem o submarino...) Não há por aí embarcações de contrabando para apreender, imigrantes ilegais para repatriar, pesca espanhola para fiscalizar? Não há?
Como se não bastasse a vergonha de sermos o único país a negar a entrada do barco no seu porto, o nosso Governo palhacinho ainda alega questões de "saúde pública"... (Mas ainda bem que o aborto clandestino não é! Cruzes credo! C'horror! Atchim, perdão, amén! Tendo em conta a noção que o Executivo tem de "interesses públicos" - assim de repente lembro-me de um jogo de futebol - não podemos esperar melhor que isto...) Agrada-me saber que a JS vai disponibilizar um barco para as mulheres que quiserem visitar a "controversa" (com muitas aspas) embarcação.
Não posso deixar de felicitar também o nosso queridérrimo Ministro do Mar (que nem ele próprio sabia que era, mas a malta está aqui para lembrá-lo) porque neste momento sinto-me muito bem protegida contra tudo, nunca se sabe o estrago que alguma sardinha estrangeira poderia fazer ao irromper pela nossa costa dentro! Ou alguma alforreca, que é bichinho perigoso... Primeiro, vão pedir-lhes identificação, depois... torpedo nelas!

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tenho apenas a comentar que se há uns bons anos atrás, abolissem a lei do aborto, hoje o Paulo Portas e o Santana Lopes ñ estavam cá, eh eh eh (e o ZéZé Camarinha, e o Ferro Rodrigues, e o Pedro Lynce, e o Rosa Coutinho...epá, eram tantos!!!).

Camélia

08:27  
Blogger Magnolia said...

Eu também tenho uma listinha de gente que não fazia cá falta nenhuma... e não é nenhuma figura pública que está no topo. Mas que não deveria ter nascido, lá isso não. Enfim, desculpem lá o desabafo muito private.
Lá estás tu a cascar no Ferro, o senhor não me parece má pessoa... Bom, daí a gostar dele...

11:14  
Blogger Manuel said...

Olá!
Concordo inteiramente com o teu post... Legalizar o aborto significa tão somente que as mulheres/casais passam a ter mais um meio legal para não terem filhos caso algum dos outros métodos contraceptivos falhar ou, simplesmente, porque a situação familiar não cria condições de higiene e sanidade (problemas com drogas, violência doméstica, etc.) para essa criança possa vir ao mundo e ser amada.
Atrás de minha casa há um bairro social e faz-me confusão ver miúdas novitas já com bebés, que deixam os estudos para trabalharem em condições precárias para alimentar os filhos. Felizmente já não vejo tanto esse cenário mas há uns anitos atrás não era tão raro quanto isso... Tenho a quase a certeza que aquelas raparigas estavam no acto não tinham propriamente informação sobre pilulas, sobre preservativos, sobre planeamento familiar e todas essas coisas de que tanto se fala mas que, verdade seja dita, muitas vezes temos de descobrir por nós próprios porque, pelo menos na minha altura, ninguém falava dessas coisas na escola nem em casa...
Também não creio que seja uma "aula" de educação sexual com uma turma toda que resolve o problema... Eu não me estou a ver a falar dos meus problemas para a minha turma toda.
Mas voltando ao tema... Acho que uma pessoa para fazer um aborto tem razões muito fortes para o fazer, ninguém procura esse caminho "por procurar", e não vai ser uma questão de "ilegalidade" que vai impedir essas pessoas de tentarem abortar. Assim sendo, o melhor é criar condições para que as pessoas possam abortar em segurança, dentro do território nacional e com todo o acompanhamento médico e psicológico que deve ser dado nessas situações.

14:24  
Blogger Magnolia said...

Óbvio, trata-se de oferecer condições médicas e sanitárias a quem toma essa decisão. Não é por o aborto ser legal que vai toda a gente passar a abortar como se fosse um método contraceptivo normalíssimo, e não é por ser ilegal que os números desaparecem... Hipocrisias, é o que é! É enervante virem mandar no nosso corpo, sem falar no rótulo de criminosas.
Bem-vindo Manuel.

14:35  
Blogger Manuel said...

Magnolia,
antes de mais obrigado pelas boas-vindas.
Em segundo lugar, é isso... Por acaso estava um destes dias a traçar o perfil dos anti-aborto... Para além dos beatos e beatas que se limitam a dizer "amén" ao que a "Santra Madre Igreja" diz, os restantes são maioritariamente do sexo masculino e machistas... É o típico "galo dono dos ovos" (ver Sérgio Godinho - "O Galo é o dono dos ovos" - letra em: http://www.instituto-camoes.pt/bases/godinho/letras_panocru.htm), o típico gajo que acha que as mulheres são menos que os homens. Depois temos as famílias "de bem", a quem nunca faltou nada, que se precisarem algum dia de um aborto têm capacidade financeira para tratar de tudo sem que ninguém saiba mas mesmo ficando com situações de aborto na família vão sempre manifestar-se nos movimentos "pela vida". Se "pela vida" é uma jovem de 16 anos ter de deixar de estudar para alimentar o filho, ter de ir trabalhar como se fosse uma mulher crescida, receber um salário de miséria, ter de viver em casa dos pais muitas vezes em condições sub-humanas, ter dificuldade para proporcionar ao filho o futuro que ela não teve... Não se está precisamente a sacrificar uma vida? Não se está a excluir a igualdade de oportunidades à partida? Quem é que garante que aquela adolescente não poderia ter sido uma excelente cientista, médica, engenheira, etc.? Arruina-se uma vida, arruinam-se sonhos só para que uma criança pouco ou nada desejada viesse ao mundo, como se a espécie estivesse em vias de extinção.

14:57  
Blogger Magnolia said...

E que "vida" têm aqueles que são abandonados à nascença em caixotes do lixo? Que "vida" têm os que andam nas ruas? Para as benzocas que se lembram (e que já fizeram 300 abortos em Espanha), não custa nada ir dar umas tigresses aos pobrezinhos, coitadinhos, até porque devem ser as tigresses que matam a fome a alguém, agora abortos é que não! C'horror!
E a quantidade de mulheres que morrem quando recorrem a uma interrupção da gravidez num qualquer vão de escada feita por um(a) carniceiro(a) qualquer, porque o dinheiro não dá para mais? Também será isto a noção de "vida" para essa gente tão boa? Sim, porque esses que mandam postas de pescada para o ar são os bons, aqueles que defendem uma causa são os assassinos maus! É mais bonito as mães e as crianças irem morrendo aos poucos... assim ninguém dá por nada.

19:58  

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