"Dás-me lume?"

Odeio esta pergunta. Odeio. Odeio esta presunção dos fumadores, como se fumar fizesse parte da natureza humana. Porque é que partem do princípio que aquele desconhecido a quem vão pedir ajuda para satisfazer o vício é mais um como eles?
Odeio tabaco. Odeio o cheiro, odeio o fumo, odeio as consequências. Fui fumadora passiva durante muitos anos, cresci numa casa de fumadores, convivi com um caso de cancro no pulmão e as pessoas só com um grande susto é que aprendem. É a terapia anti-tabágica mais eficaz!
Sou completamente a favor da proibição do tabaco em recintos fechados, não tenho compaixão nenhuma por aqueles que reivindicam o direito à liberdade de fumar (lá estão eles a dizer-nos que fumar é tão natural como respirar... se o próximo vício que inventarem for abrir cabeças à machadada também quero ver esses direitos todos!). Pois eu também tenho o direito ao meu ar não-poluído (ar puro é coisa que já não existe...) e não tenho nada a ver com as más escolhas dos outros! Não suporto estar a jantar num restaurante e levar directamente com o fumo do energúmeno ao lado que não respeita ninguém! Não suporto o cheiro da minha roupa ou do meu cabelo depois de uma saída à noite.
Não, não odeio os fumadores, não consigo nutrir por eles um sentimento assim tão forte. E nem é preciso, pois já têm um grande inimigo: eles próprios.
Aqui no jardim os cigarros ficam no portão. É um espaço aberto mas nesta matéria não há condescendência possível.

A Gerência.