Não há homens encantadores. O primeiro (e último) que conheci tornou-se no meu único Grande-Amor-&-Paixão-Arrebatadora-Lda até hoje. Deixou-me. Tinha defeitos atrás de defeitos (sim, que o amor nunca me cegou), mas um homem torna-se encantador quando esses mesmos defeitos são "contornáveis" e não alteram um milímetro o que sentimos por ele. Talvez por isso continue a considerá-lo encantador, apesar de tudo e passados todos estes anos.
Mas não há mais. Há homens simpáticos, agradáveis, bem-humorados, conversadores, parvos, estúpidos, broncos, convencidos, galanteadores, educados, trabalhadores, inúteis, pobres, ricos, honestos, enganadores, asquerosos, amorosos, frios, lindos, feios, fúteis, cagões, simples, cavalheiros, paternalistas, incompetentes, egoístas, invejosos, verdadeiros, mentirosos, arrogantes, espertos, independentes, aventureiros, companheiros, comestíveis, inteligentes... mas nenhum encanta no seu todo, nenhum tem o factor "
ah...". Sinto falta de um suspiro, do
tal suspiro da compatibilidade, do clique. E é por isso que as coisas não duram. Acho mesmo que é por isso que muitas delas nem sequer acontecem. E digo isto, não por querer ter razão, mas porque gostava que alguém me provasse que estou totalmente errada. A vida perde a graça sem encanto. Amarga-nos.