quarta-feira, abril 28

Existem pormenores importantes?

Pela primeira vez na minha vida - e já cá ando há uns anos - vi um homem (de certa qualidade, diga-se) a beber um batido de morango. "Este tipo está a atirar-se para fora de pé", pensei eu. Meus amigos, o morango é uma fruta tipicamente feminina... Qualquer bebida com morango é oficialmente banida das preferências do sexo oposto e está dito! É como as loiras vestirem côr-de-rosa, são regras inquebráveis. Eles nem bebem vodka morango, muito menos um batido, que é coisa de gaja... E quando nós queremos morangos com champagne? Deve ser a única maneira de estarem perto deles, pois já sabem que depois vai haver festa... Mas quem é que acaba com a frutinha, quem é?
Portanto, temos para estudo um homem que bebe batidos de morango, com trinta e poucos anos e mãos ui-kabom (são as que não têm aliança, aprendam). Conclusão: estejam sempre atentas aos pormenores. Se um homem tiver mais de trinta anos e for solteiro (e sem constar no currículo pelo menos um divórcio - parece-me ser este caso, a beber batidos de morango é porque nunca casou na vida), então tem algum problema!
Agora estão eles a questionar se esta teoria também se aplica às mulheres... Óbvio que não! Nós... somos selectivas!

terça-feira, abril 27

Meninas, querem envergonhar um homem?

Levem-no a uma loja de lingerie! Seja qual for a idade, credo, estrato social, mentalidade, etc, todos os exemplares do dito sexo forte transformam-se em segundos nuns autênticos tótós perante uma parafernália de soutiens, cuecas, tangas, corpetes, negligés, ligas e afins! Entram a falar alto (e a reclamar) e depois é vê-los mudos e sossegadinhos... Mexer, então, nem pensar! Mas dentro de quatro paredes já gostam, não é? (Ou quatro portas... ou quatro árvores... quando a fome aperta e a sede desperta isso não interessa nada. Amén.)
Nós não fazemos esta triste figura quando somos arrastadas para o 745º Salão do Automóvel... Temos uma fantástica capacidade de adaptação. Ou então é mesmo a fantástica capacidade de fingir que gostamos... (Claro que sim, começando nos chamados orgasmos "de solidariedade" e acabando na sogra, somos umas profissionais do fingimento! Vidas...)

quinta-feira, abril 15

Pílula masculina: contraceptivo ou fertilizante?

Os laboratórios responsáveis pelo estudo da eficácia de uma possível pílula masculina estão a fazer testes-piloto em 350 homens. Provavelmente em 350 lares a frase romântica do momento - repetida até à exaustão - é "querido, tomaste a pílula?". Porque a questão é esta: apesar de muitos homens dizerem que não se importariam, nós mulheres deixaríamos essa responsabilidade a alguém que passa a vida a perder as chaves de casa e nunca sabe onde deixou a carteira? Se eles nem sabem a quantas andam ("que dia é hoje?" - não se fartam de ouvir isto?) como é que se vão lembrar de tomar um comprimido contraceptivo todos os dias, à mesma hora?
Não dizem que o país está a envelhecer? Isto vai ser um belo impulso para um novo baby-boom... E a palavra romântica do futuro - repetida também até à exaustão - será "oooops!!"...

terça-feira, abril 13

Querem apostar?

Existe amor à primeira vista? Não, existe amor à primeira discussão. Aí sim. É o chamado teste do algodão. Depois as discussões são uma das melhores formas de preliminares...

segunda-feira, abril 12

Exigimos demais?

Cada vez mais mulheres solteiras procuram algo especial. E essa coisa especial não implica "o tal" anel especial. (Eu juro que preferia que um namorado me oferecesse a colecção inteira do Cavalli em vez das fotografias da quinta principesca onde se fazem copos d'água... ugh!) Porém, somos naturalmente insatisfeitas, parece que nascemos todas com o sintoma Ferrero Rocher: apetece-nos algo bom, mas não sabemos bem o quê. Tem é de ser bom! Será "a tal" relação especial? Com a idade deixámos de querer apenas o homem que nos faz rir, queremos também que ele nos surpreenda, que consiga ser maduro, responsável e sensível. Tornámo-nos exigentes. Andamos a exigir demais? Deveríamos parar de procurar uma óptima relação e conformar-nos com uma boa? Por outro lado, porquê? Apenas para termos alguém? Num dos episódios da minha série televisiva favorita passou-se o seguinte diálogo (que eu não vou traduzir para não perder o encanto):

- I don't want to seem like a nobody now that I have a somebody.
- So it's okay to be a nobody when you have nobody?
- Well, apparently you're nobody until somebody loves you.

E com esta vos deixo.

Oh não, outra vez...??

Porque é que todas as épocas festivas/religiosas (festivas ou religiosas para alguns, há quem não ligue e há quem não seja!) têm de estar relacionadas com comidinha? É o Natal, é o Ano Novo, é a Páscoa (a propósito, os coelhos não põem ovos, já viram o que andam a ensinar às crianças?!), é a chuva, é o sol, é porque é Primavera, é porque está frio, é o Verão, é o aniversário de não-sei-quem, é o ar... Neste planeta tudo serve de motivo para comer! E os doces? Tem de haver sempre catrefadas de docinhos, como se não houvesse amanhã...
Se me aparece mais uma única amêndoa de chocolate à frente vai haver sangue, ah vai!

quinta-feira, abril 8

Fugimos de quê?

Esta noite, a horas impróprias para grandes filosofias mas a amiga insónia lá tem as razões dela e o amigo Xanax tinha mais que fazer, dei comigo a pensar nas pessoas que me rodeiam. Realmente todos temos histórias diferentes e, como tal, atitudes diferentes perante a vida. Se calhar, para quem tem pêlo na venta como eu, a atitude mais difícil de compreender seja a da não-atitude. Pior, a da fuga em vez de pegar o touro pelos cornos. Bom, tendo em conta esta imagem bonita, talvez a fuga seja considerável... Adiante, Sra Forcada Amadora Da Moita... (Ou não, ou não...)
Por exemplo, o que pode levar-nos ao isolamento? De facto a solidão, quando não forçada (obviamente), é uma fuga. Será a crise existêncial do "been there, done that" que se apodera de nós? Não é suficiente. Achar que tudo à nossa volta perdeu o interesse parece-me uma desculpa bem esfarrapada. É difícil assumir que temos um problema e até conseguirmos chegar aí não há nada a fazer, mesmo que o mundo inteiro cole cartazes nas ruas com letras garrafais a ver se nós acordamos para a realidade. Mas a partir do momento em que estamos conscientes de que esse problema existe e sabemos identificá-lo, para quê retardar uma reacção? Eu já tive a minha dose catastrófica de maus bocados e também já passei o chamado CARAÇAS, mas aprendi que a menos que se tenha fome sem ter algo para comer ou se tenha problemas de saúde para os quais não há solução, não se trata de um problema grave mas sim de uma grande lição de vida. Lição nº 2: reagir. Pois é, mas não somos todos iguais e não podemos obrigar os outros a ir pelo caminho que nós achamos ser o correcto. Não se deve dizer a alguém o que fazer sem ser convidado a tal. E se esse alguém fôr nosso amigo, podemos ultrapassar os limites do bom-senso? Que estatuto nos dá a amizade? Provavelmente temos mesmo de esperar pelo clique da atitude e se os nossos amigos resolverem fugir para baterem com a cabeça lá longe (a distância são eles que ditam) continuamos a gostar deles, certo? O melhor a fazer será dizer-lhes que o telemóvel vai estar sempre ligado, eles podem querer desabafar nem que seja às quatro da manhã...
E se, em vez de "fugimos de quê", eu vos dissesse que a verdadeira questão que aqui coloquei foi "fugimos de quem"? (Pergunta sacaninha, não é?)
Facto: algo correu mal entre duas pessoas. (Ou mais, mas isso das orgias é uma grande chatice, uma pessoa depois não sabe a quem agradecer.)
Consequência: duas. Se fomos destroçados, fugimos para não sofrermos mais; se destroçámos, fugimos dos problemas de consciência, que é coisinha para doer uns tempos. Aqui fugir é pouco, talvez emigrar para uma gruta na Tanzânia seja uma bela ideia. Deve haver pelo menos uma gruta na Tanzânia... Um buraco...? Qualquer coisa rochosa...? Um calhau?? Então se puder ser antes em Bora-Bora, se faz favor, eu agradecia... Assim uma gruta com ar condicionado, uns voiles azuis para combinar com o mar e o pequeno-almoço servido às onze, pode ser? Não? Assim não se pode ter problemas de consciência em condições!! Francamente... Uma pessoa a querer purificar-se... Ah, o texto.
No fundo foge-se sempre é de alguém, mas isso seria uma resposta simples e hoje apeteceu-me encher chouriços. (Outra imagem bonita... A vida não está fácil, ok? A estas horas queriam o quê, Marcelo Rebelo de Sousa? Ora...)

segunda-feira, abril 5

Para quem se vestem as mulheres?

Temos três hipóteses de resposta: para os homens, para elas próprias ou para as outras mulheres. Vamos a eliminatórias?
Os homens só têm direito a momentos específicos, ou seja, enquanto fazemos testes de admissão para novos namorados, encontros com os namorados propriamente ditos e encontros com ex-namorados propriamente ex. (Aqui é obrigatório estarmos lindas-maravilhosas-plenas-e-absolutas para eles caírem de tão ofuscados!)
Next! Para nós? Bom, fica-nos muito bem preocuparmo-nos connosco, sabermos gostar de nós como somos e, acima de tudo, sentirmo-nos bem porque isso transparece para os outros. Mas estamos a falar de trapos e se nos vestíssemos só para nós não levaríamos horas a decidir a vestimenta, depois mais horas em frente ao espelho, fora os retoques finais mesmo antes de sair de casa - "finais" estes que são mais de vinte - e, como se não bastasse, abençoados sejam os espelhos do elevador! Tanta coisa só para nós? Nã... Quando estamos confiantes não precisamos de adornos.
Resta-nos a resposta óbvia. Apesar de muitas não admitirem (a hipótese de nos vestirmos para nós é a mais aceitável para uma mulher que se preze), temos de ser realistas, as mulheres vestem-se para as outras mulheres. Vou tentar dissecar a ideia:
As únicas mulheres que nos elogiam são as nossas mães e as nossas melhores amigas. (Costumo dizer que elogio de mãe não vale, para elas estamos sempre bem, certo?) São também as únicas que não competem connosco. Partindo deste princípio só temos de descobrir como tirar partido dos comentários alheios, que é coisinha que não falta no dia-a-dia...
Toda a gente sabe (até os homens) que as mulheres só se dão ao trabalho de falar das outras para dizer mal. Porque é que dizem mal? I-n-v-e-j-a. Tcharan! Ora, nós apenas invejamos aquilo que queríamos ter ou ser.
Há um teste infalível (e com resultados comprovados, que esta magnólia teve adubo de qualidade): se uma mulher entrar num sítio qualquer, ou se fôr apenas a passar na rua, e todas as cabeças femininas rodarem e permanecerem na direcção dela... então está linda! Nós só olhamos duas vezes para outra mulher para lhe tirarmos a fotocópia. Portanto não vale a pena ligar ao olhar dos homens, a maioria não é muito qualificada a avaliar a beleza feminina, veja-se o exemplo dos trabalhadores das obras... Qualquer coisa que ande é abalroada com a mais recente actualização da Enciclopédia do Vocabulário Vernáculo, capítulo 3 - A arte de bem cortejar. E depois eles não passam a vida a dizer que nós somos umas chatas, sempre a perguntar se estamos bonitas, se levamos o vestido x ou o fato y? Além disso, eles nunca nos diriam que algo nos ficava mal porque, aí sim, desencadeava-se naquele minuto uma guerra com armas de destruição maciça... Façam-lhes o favor e não lhes peçam opinião que não vale a pena, a melhor aprovação não vem deles. Vão por mim, é muito bom sinal quando são elas a olhar! Enjoy!