Respeitinho aos timings, sim?

Quando estou chateada/desapontada/triste/hipótese à vossa escolha não gosto de falar com ninguém. Ninguém mesmo. Vou para a toca e só saio de lá quando a coisa passar. Prefiro esconder-me porque sei que nessas alturas não sou um exemplo de simpatia e muito menos de educação, sim, porque educação para mim não é ficar irritada só com o som da voz de alguém ao ponto de apetecer gritar-lhe os maiores vitupérios existentes, fora os inventados. E é o que acontece. Principalmente quando há gente que, apesar destes anos todos e de todas as explicações dadas, ainda não percebeu que quando estou muito tempo sem dar notícias é porque QUERO ESTAR NO MEU CANTO SOSSEGADA, é porque quero tudo menos justificar-me MAIS UMA VEZ porque é que não atendo o telefone, porque é que não digo nada, porque é que não apareço, porque é que não há sol, porque é que as estrelas brilham, porque é que chove, o raio que me parta. A pior coisa que me podem fazer é quererem que eu fale, pior, é quererem que eu ouça, quando se nota perfeitamente (vão por mim, nota-se mesmo muito bem!) que é a última coisinha a constar na minha lista de vontades. De que vale começar uma frase quando já se sabe que não vai ser acabada? Já sei que vou ser interrompida para ficar a ouvir os supostos problemas de quem está falsamente interessado nos meus... Portanto, não vale a pena a conversinha mole, a palmadinha nas costas, não vale a pena o "tu precisas é disto, tu precisas é daquilo", eu sei muito bem do que preciso e nestas alturas preciso é de SILÊNCIO!! Isto pode soar a egoísmo da minha parte, seja, mas chateia-me estar 286% disponível (284, vá...) para todos e depois cobrarem-me ainda mais disponibilidade só porque resolvo estar sozinha. Quando preciso de falar sou a primeira a mostrá-lo e também sei muito bem a quem devo dirigir-me e com quem posso contar sempre, por norma, as únicas pessoas que não me cobram absolutamente nada nem fazem perguntas. Se calhar porque se deram ao trabalho de me conhecer, se calhar porque souberam ouvir os meus pedidos, se calhar porque conhecem as regras básicas da convivência, que incluem uma coisa muito bonita que se chama respeitar a vontade do próximo.

Não, não estou chateada/desapontada/triste/hipótese à vossa escolha, já estive, já passou e não precisei de falar com ninguém para passar. Isto é apenas uma... regra, é isso, regra número não-sei-quantos: não sei fingir, por isso não me peçam sorrisos quando eles não existem nem esperem fados choradinhos quando o silêncio é de ouro.